Dos filmes do Universo Cinemático da Marvel, Thor e Thor: Mundo Sombrio são unanimidade quando o assunto é baixa qualidade e pouca ou nenhuma empatia pelo personagem, já que Chris Hemsworth não tem o mesmo carisma
que seus parceiros Robert Downey Jr. e Chris Evans e as histórias também não ajudaram em nada, mesmo que sejam parte de um universo bem estruturado e bem sucedido pela Marvel Studios. Tendo isso em vista os produtores repensaram a maneira de como retratar o personagem e o seu universo em particular, e encontraram um nicho nos bem sucedidos Guardiões da Galáxia e Guardiões da Galáxia Vol.2, pois são filmes despretensiosos e que não se levam a sério em momento algum – mesmo mantendo a coesão do universo estabelecido pela Casa das Ideias.
E com a direção do neozelandês Taika Waititi, o tom cinzento do anterior e pobre do primeiro são trocados pelo tom de cores fortes e carnavalescos, bebendo bastante da fonte das HQs desenhadas por Jack Kirby, o filme desde o seu primeiro minuto mostra que deixou aquela vontade de ser levado a sério lá atrás, e decidiu abraçar o humor escrachado a partir dali. Aproveitando isso, Hemsworth enfim pode ser o que consegue ser melhor, canastrão – como pode ser visto em Rush, onde vive o piloto de F1 bon-vivant, James Hunt. Como bem sabemos, ao final de Thor: Mundo Sombrio, Loki (Tom Hiddleston) toma o lugar de Odin (Anthony Hopkins) e e por conta disso e de sua omissão acaba soltando Hela (Cate Blanchett) de sua prisão, fazendo Asgard correr o risco de deixar de existir.
Os eventos fazem com que Thor seja mandado ao lixão do universo de nome Sakaar, planeta administrado pelo Grão-Mestre (Jeff Goldblum) a partir daí no filme deixa de ser levado a sério e entra numa série de gags (piadas) sem fim, e tudo graças a direção de Waititi e ao improviso nos diálogos e situações que ficam bem evidentes quando Goldblum e seu Grão-Mestre está em cena e é ele quem rouba a cena nos poucos e divertidos momentos que aparece, também é visivel como o elenco se diverte a cada interação dos personagens principais.
O humor apesar de estar em 90% da projeção, encaixa-se perfeitamente à narrativa. O único ponto negativo do filme fica para a interpretação de Blanchett, que chega a ser muito caricata e por vezes teatral demais, destoando das demais interpretações presentes no filme, o que é triste já que trata-se da primeira vilã do sexo feminino da Marvel Studios, e acaba que o potencial que tinha de ser o mais impactante e ter roubado a cena, acabou não saindo do lugar comum – e se tratando dos filmes da Marvel isso tem sido algo corriqueiro nos últimos filmes – falta um vilão com personalidade.
Por fim, além de Goldblum como o Amaury Jr. das galáxias, quem também rouba a cena no filme é Karl Urban, como Skurge e claro Mark Ruffalo, como o gigante esmeralda Hulk, mas o ponto além da curva é Korg – personagem dublado pelo próprio diretor – que contrasta a sua imagem bruta e feroz, com uma voz fina e pacífica, tornando-o mais engraçado. Thor: Ragnarok não se leva a sério, é extremamente engraçado e encontrar essa fórmula foi um ponto positivo para o personagem se tornando uma aventura despretensiosa e leve, agora só é preciso encontrar uma correta para os vilões, que a cada filme tem se tornado algo decepcionante, pois o desenvolvimento destes é zero. Esperamos que não demore encontrar uma.
P.S.: Não esqueçam das cenas pós-créditos, têm duas.
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