Depois de oito filmes e dois remakes, eis que sai mais um Halloween, porém este ignora as sete continuações do original de 1978 e os remakes, tornando-se uma continuação direta do primeiro filme de John Carpenter. Dirigida por David Gordon Green e roteirizado por ele em parceria com Danny McBride – diretor e ator de Segurando as Pontas respectivamente, comédia escrachada e nonsense. O que muitos poderiam julgar com desdém, porém como sempre acontece por estas bandas – acabamos queimando nossas línguas e sendo surpreendidos com esse time, pois o resultado que nos é entregado, além de manter-se fiel à narrativa criada por Carpenter e Debra Hill há 40 anos, ainda traz fôlego novo para um subgênero do terror que carecia há muito disso.
Diferente de muitos filmes do subgênero Slasher recentes – apesar do grande número de mortes, este novo Halloween desenvolve bem sua narrativa preparando o terreno para os eventos que virão a seguir, e mesmo quando a contagem de corpos começa a aumentar não é algo genérico e gratuito – mentira, em parte é sim, mas mesmo assim mantém a cadência da narrativa e atenua a tensão em volta dela – e apesar de ter os clichês convencionais aqui e ali, o desenrolar da narrativa permanece uma incógnita e quando você acredita que será de um jeito – bam! – acontece de uma outra maneira, fazendo com que tudo possa acontecer em seu terceiro ato.
Nostálgico, não somente pela volta da scream queen Jamie Lee Curtis – que aqui surge como uma versão Sarah Connor de Laurie Strode, construída de uma maneira que nos faz entender o porquê dela ter se transformado tanto desde o incidente de 1978, e tudo isso num curto diálogo com os jornalistas que a entrevistam no início do filme. A direção do filme também homenageia o original em vários momentos, seja criando um plano sequência numa cena em que Michael mata duas pessoas ou no terceiro ato quando vemos uma situação semelhante ao terceiro ato do filme original, mas onde tudo é totalmente subvertido, aliás esta brincadeira de inversão de papéis é um ponto culminante da película. Ao final somos recompensados com um ponto final a esta saga, pois fechou-se o ciclo, dando margem a um novo que caberá a eles decidir continuar ou não. Nessa leva de franquias revisitadas, Halloween não teve sua honra manchada, vida longa a Michael Myers.
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