It – A Coisa é mais uma das tantas obras de Stephen King adaptadas para o cinema, e esta – que é um remake do filme feito para a tv dos anos 90 – entra para o panteão das que foram bem adaptadas, bem escritas e que entenderam o que realmente importam. E eu lhes digo o porquê.
O filme é ambientado no final dos anos 80 e segue a vida de um grupo de crianças consideradas losers (perdedoras, em tradução literal) e cada uma em particular tem seus demônios internos e externos, seja nos abusos que sofrem pelos bullies (valentões) sejam nos abusos praticados pelos familiares, e é exatamente aí que reside a inteligência do roteiro, pois não abusa dos sustos fáceis – apesar de previsíveis, funcionam muito bem – assim como não trata o espectador como burro, pois não precisa explicar a todo instante o que se passa na narrativa.
Dirigido pelo argentino Andy Muschietti, o filme tem seus clichês, mas todos muito bem orquestrados pela sua direção segura, até nos jumpscares (sustos programados para nos fazer pular), o diretor não abusa daquela trilha pesada para dizer que algo está para acontecer. E o roteiro escrito a três mãos por Chase Palmer, Gary Dauberman e Cary Fukunaga capta a essência da maioria das obras de King, que são os personagens, seus medos, suas falhas e inseguranças e como eles passam por cima de todas elas para ganharem coragem e vencerem – ou não.
Por fim, o elenco mirim é muito carismático e suas reações e características são críveis, pois nós realmente acreditamos nelas e em seus medos, nos levando junto na jornada para enfrentá-los, todos eles personificados no assustador palhaço Pennywise (Bill Skarsgard). It – A Coisa é um filme de terror que vale a pena ver na telona, acompanhado dos amigos, da namorada/esposa etc. Apesar da classificação etária ser para maiores de 16 anos, ele nos remete àquele típico filme que assistíamos quando jovens e nos assustávamos, é muita nostalgia, muitos sustos e muita diversão.
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