Quem acompanhou os trailers de mãe!, viu que ele fora vendido como o filme de terror de Darren Aronofsky, ledo engano, se você for assistir ao novo filme do diretor não vá acreditando no que os trailers entregaram. Vá com a mente livre, pois o novo filme do diretor de Cisne Negro e Noé não é nada disso que nos fora mostrado e vai muito além do que esperávamos.
Tendo isso em vista o que encontramos ao assistir a mãe!, é um filme recheado de metáforas, não apenas cristãs, mas religiosas e sociais, aqui o diretor dá continuidade ao retrato que pintou de Deus em Noé, reforçando a visão que ele tem do criador e de como ele vê a sociedade no geral. O filme é estrelado por Jennifer Lawrence e Javier Bardem e como a sinopse diz, somos apresentados ao casal central e nos é mostrado como eles lidam com a chegada de visitantes inesperados dentro de sua casa. Não darei mais detalhes para não estragar a sua experiência, mas vemos o filme a partir do ponto de vista da personagem de Lawrence, o que nos faz criar uma empatia por ela nos fazendo entender totalmente os eventos que a acometem.
Em suma, o filme é uma crítica a sociedade e às religiões patriarcais que – infelizmente – regem o mundo em que vivemos, e mesmo retratando os temas citados de maneira alegórica, tudo soa crível e atual demais. Porém o filme peca ao ser explícito demais em suas intenções durante o primeiro ato, mesmo que seja para situar o espectador ao que está por vir e isso fragiliza o início da sua narrativa, que só se torna mais coesa no segundo e terceiro ato da trama, quando já estamos situados nela.
Não é o melhor filme dirigido por Aronofsky e nem de longe o pior, mas é um filme necessário para o tempo em que vivemos e pelas atrocidades que presenciamos ultimamente em todas as mídias, nos faz refletir e é um prato indigesto e difícil de digerir. Para finalizar temos a melhor atuação de Jennifer Lawrence em anos e este trabalho da atriz é sim merecedor de figurar nas premiações da indústria que estão por vir. Veja por si e presencie o que o cinema tem de melhor e do que ele vinha precisando, de questionamentos pertinentes a sociedade atual. Junto de Corra!, mãe! é um dos filmes que estão fazendo de 2017 um dos melhores anos do cinema questionador e crítico.
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