Envolto em polêmicas desde a sua pré-produção – sim, o bendito do whitewashing, Death Note, adaptação do anime de grande sucesso e produzido pela Netflix não é essa bomba toda que estão pintando, é que fanboy é um bicho difícil de lidar, e é triste ver o quanto o – promissor – diretor do filme, Adam Wingard vem sendo malhado por estes seres, que não compreendem que o anime sempre estará lá para ele revisitar, mas parece que eles cometem tais atitudes por puro esporte.
Esquecendo essa problemática, vamos ao que interessa. Death Note como filme é o retrato desta atual geração, tem narrativa corrida, feita às pressas e mal temos tempo de criar empatia pelos personagens. Seguimos Light Turner (Nat Wolff), um jovem estudante que tem como job fazer as provas dos atletas e alunos de Q.I. não tão alto e cobrar por estas, e que após descobrir o caderno da morte do título e o deus da morte Ryuk (Willem Dafoe), muda completamente seu comportamento e decide limpar o mundo de pessoas impuras matando-as ao redor do mundo, e com a ascensão de seu alterego, Kira ele acaba por ganhar a atenção de um investigador excêntrico de nome L (Keith Stanfield) que suspeita que Turner seja o autor de todas as mortes.
Aí reside o grande problema do filme, uma adaptação pdoe até mudar o local da narrativa e algumas situações, mas a essência dos personagens nunca deve ser deixado de lado e aqui vemos estes personagens principais totalmente diferentes de suas concepções em celuloide e do anime – sim, este quesito de comparação é pertinente – pois deve-se manter ao menos as características principais dos personagens, independente de sua etnia, e o roteiro de Charley Parlapanides faz isso e não estabelece nenhuma conexão de nós espectadores com os personagens e a narrativa, e para um filme isso é ruim, pois precisamos caminhar juntos com estes dois para que haja êxito no seu resultado final, por isso a adaptação falha bastante.
Num terceiro ato mais corrido ainda, que os dois primeiros, vemos a explicação de Turner para os eventos ali ocorridos e como sempre, uma deixa para uma possível continuação do filme, que mesmo sendo fraco narrativamente não é pior que outras adaptações que o cinema já produziu de animes – vide o ridículo Dragonball Evolution.
A direção de Wingard mesmo tendo uma fotografia bem estilizada, sempre mantendo Ryuk nas sombras, o grafismo da – pouca – violência também não é exagerada nem gratuita, tornam o filme assistível apesar dos pesares e tenham em mente, há filmes piores que esse, que nem de longe é a pior coisa do mundo, isso é discurso de fanboy que acha que tudo tem de ser literal e da maneira que ele quer, sendo que não é assim que a banda toca, não é?
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